A resistência em fazer psicoterapia: um passo importante para o autocuidado
A busca por psicoterapia, apesar de ser cada vez mais discutida e normalizada, ainda enfrenta barreiras significativas. Muitas pessoas relutam em iniciar o atendimento psicoterapêutico devido a uma série de fatores que vão desde preconceitos até o medo de lidar com questões internas. Em uma entrevista exclusiva, a psicóloga da YUNA, Alyssandra Monteiro Paiva, compartilhou suas experiências sobre essas resistências e como a psicoterapia pode ser um elemento-chave no autocuidado.
1. Quais são os motivos mais comuns que você observa que podem levar as pessoas a resistirem em começar a psicoterapia?
Alyssandra: os principais fatores que dificultam a decisão de iniciar a psicoterapia estão profundamente enraizados na sociedade. Os preconceitos sobre a saúde mental ainda são fortes.
Muitas pessoas têm medo de enfrentar questões internas ou acreditam que só devem procurar ajuda em casos extremos. Essas barreiras, por diversas vezes, são alimentadas pela falta de informação sobre o que realmente é a psicoterapia e o quanto ela pode ser benéfica, mesmo quando não há uma crise aparente.
2. Como você aborda essa resistência em seus pacientes?
Alyssandra: A abordagem varia conforme o ambiente. Na YUNA, o contato é iniciado pelo profissional de saúde mental durante a transição de cuidados.
De modo geral, meu primeiro passo é compreender o que “saúde mental e emocional” significa para aquela pessoa em particular. A partir dessa compreensão, trabalho para desconstruir estigmas e desmistificar a psicoterapia, mostrando como ela pode ser uma ferramenta poderosa para o bem-estar.
3. Em sua opinião, qual é o papel da psicoterapia no autocuidado?
Alyssandra: A psicoterapia é fundamental para o autocuidado mental e emocional. Ela promove uma harmonia interna que se reflete em todas as áreas da vida. O autoconhecimento adquirido no processo terapêutico ajuda a lidar melhor com os desafios do dia a dia, proporcionando uma vida mais equilibrada e saudável.
4. Levando para o contexto da transição de cuidados, o quão é importante um familiar que acompanha um paciente na instituição fazer psicoterapia?
Alyssandra: É crucial que os familiares também cuidem de sua saúde mental, especialmente em instituições de transição de cuidados, onde a pressão emocional é elevada, familiares que acompanham pacientes enfrentam mudanças e desafios emocionais que podem gerar estresse, ansiedade e até depressão.
A psicoterapia oferece um espaço seguro para que esses familiares processem suas emoções, encontrem suporte e desenvolvam estratégias de enfrentamento. Isso não só melhora o bem-estar do familiar, como também impacta positivamente o cuidado ao paciente.
5. Quais são as dicas que você poderia deixar de superação neste sentido?
Alyssandra: Pratique autocompaixão e busque apoio quando necessário. Reconheça seus limites e entenda que pedir ajuda é um ato de autocuidado. Ninguém precisa enfrentar seus desafios sozinho, procurar ajuda é um passo fundamental para preservar a saúde emocional.
6. Você pode compartilhar um exemplo (anonimizado) de um paciente que superou essa resistência e os benefícios que experimentou?
Alyssandra: Lembro-me de um paciente que, inicialmente, resistiu muito à ideia de fazer psicoterapia. Ele acreditava que conseguiria lidar com seus problemas sozinho e via a psicoterapia como algo que ‘não era para ele’.
Com o tempo, após vários diálogos e uma compreensão mais profunda sobre o que a psicoterapia realmente oferecia, ele decidiu dar uma chance. O resultado foi transformador: Ele começou a se sentir mais seguro em suas decisões, a compreender melhor suas emoções e a desenvolver uma visão mais equilibrada de si mesmo e das situações que enfrentava.
Essa transformação não só melhorou a sua qualidade de vida, mas também as suas relações interpessoais.
7. Que mensagem você gostaria de passar para aqueles que ainda estão hesitantes em procurar ajuda?
Alyssandra: Procurar psicoterapia é um ato de sabedoria. É um passo importante para alcançar bem-estar e equilíbrio emocional. O espaço terapêutico é seguro e acolhedor, onde o indivíduo pode explorar suas emoções e pensamentos com o apoio de um profissional dedicado ao seu bem-estar.
Lembrando que: ninguém precisa passar por dificuldades sozinho. A psicoterapia está aqui para ajudar.
Um espaço de acolhimento para o seu bem-estar emocional na YUNA
A entrevista com Alyssandra Monteiro Paiva, psicóloga da YUNA, revela como a psicoterapia pode ser um caminho essencial para o autocuidado e para a construção de uma vida mais equilibrada.