Clínicas de transição: você conhece esse tipo de cuidado e a sua importância para o ecossistema de saúde?
Peer Buergin, CEO da Yuna destaca como o modelo de negócio pode apoiar hospitais, pacientes e operadoras no processo de reabilitação.
O futuro do cuidado no Brasil está diretamente relacionado às clínicas de transição, sabia disso? Elas representam uma nova realidade para o segmento da saúde, pois diferentemente de um hospital, que visa tratar a doença, seu objetivo está na recuperação de funcionalidades ou redução da complexidade do quadro do paciente antes da volta ao lar.
No Brasil, o mercado de Clínicas de Transição – PAC (post-acute care) está em estágio de desenvolvimento inicial, mas já apresenta potencial de crescimento de US$ 6 bilhões, segundo estudo realizado pela Astoria M&A.
Para entender um pouco mais sobre o tema, você confere agora uma entrevista exclusiva com Peer Buergin, CEO da Yuna, instituição do segmento, que chega ao mercado com um novo olhar, o de trazer um ambiente com a segurança de um hospital com equipe multiprofissional aliado a uma prática transdisciplinar.
Transição de cuidado
Para falar sobre como funciona uma clínica de transição e a sua importância para o ecossistema de saúde, vale exemplificar por meio da história e do contexto da própria Yuna. Afinal, ela chega ao mercado para fortalecer o setor e apresentar um novo viés a respeito.
“Um cuidado como este requer uma estrutura tecnológica avançada, serviço de hospitalidade dedicado com profissionais qualificados. Tudo para que o paciente e a família se sintam seguros, confortáveis e acolhidos”, explica Peer Buergin, CEO da Yuna.
Segundo o executivo, a instituição nasce com o propósito de oferecer uma recuperação rápida e efetiva aos pacientes, graças a um atendimento individualizado feito por uma equipe multiprofissional com uma metodologia transdisciplinar, ou seja, que atua considerando cada aspecto da pessoa. A exemplo disso, o fisioterapeuta leva em consideração a observação do psicólogo de que acordar cedo o deixa de mal humor e, assim acontece com cada especialidade. Tudo para que o cuidado seja mais assertivo e direcionado.
“Com toques de hotelaria, sua estadia também é agradável e, a infraestrutura traz a segurança de um hospital, oferecendo um atendimento de alto padrão de qualidade”, diz o gestor.
Atualmente, os hospitais no Brasil tentam reduzir o tempo de internação do paciente, dando prosseguimento a seus cuidados fora das organizações. Como uma espécie de elo para o domicílio do paciente, esses as clínicas de transição de cuidado vêm para beneficiar o processo de reabilitação intensiva, a redução da complexidade, além de capacitar familiares antes do retorno ao lar.
Nesse sentido, as clínicas de transição ainda auxiliam no processo de alta, pois logo após a admissão, o plano de internação é discutido com o paciente, com familiares e toda a equipe multiprofissional. “Na conversa, o tempo estimado e como o tudo vai funcionar é explicado. Então, não há surpresas no meio do caminho, pois todos são envolvidos”, ressalta Buergin.
Além disso, estar em um ambiente diferente do hospital faz com que o paciente fique sujeito a menos riscos de infecção e outras doenças. É uma vantagem para a instituição também, porque diminui custos com eventuais tratamentos durante a internação.
“Outro fator importante discutido é a provável extensão do desempenho do paciente, ou seja, a recuperação do paciente de forma mais rápida após o processo da doença, reduzindo a ansiedade da família e do paciente, já que as metas firmadas de fato podem ser atingidas”, explica o executivo.
O processo de alta
“Por meio de um processo de alta adequado, a chance de reinternação pode ser reduzida, a eficiência da reintegração do paciente e a proximidade com a família podem ser aumentadas, a nova realidade do paciente pode ser ajustada gradativamente ao longo da internação, o impacto na alta pode ser minimizado e a qualidade de vida do paciente pode ser melhorada. São muitos os benefícios que uma clínica de transição pode trazer ao sistema de saúde”, destaca Buergin.
O enfrentamento do problema crônico da falta de leitos nos hospitais brasileiros é pauta recorrente e preocupação compartilhada por gestores de saúde, representantes da saúde complementar. E as clínicas de transição vem para de uma certa forma desafogar o setor de saúde.
Atualmente, existem cerca de 700 leitos em clínicas de transição no Brasil, o que contrasta com uma necessidade de 20.000 leitos a médio prazo. Nos Estados Unidos, por exemplo, considerado o maior mercado, atualmente existem hoje 1,7 milhões de leitos.
Mas, afinal, quais os benefícios de uma clínica de transição cuidados?
Clinicas de transição oferecem cuidados interdisciplinares especializados para pacientes que dependem de assistência após um processo cirúrgico ou uma doença em estágio avançado. “E um dos benefícios é que os pacientes estão em um ambiente com menos risco de infecção hospitalar, além de serem atendidos em um ambiente acolhedor e confortável, semelhante a um hotel ou até mesmo a sua residência”, explica o executivo.
Além disso, as clínicas de transição de cuidado oferecem suporte total aos pacientes fragilizados em um ambiente diferente dos hospitais tradicionais, visando completar o período de recuperação, otimizar a capacidade funcional e prepara-los para o retorno para casa.
Experiência profissional
Se para os pacientes a alta pode ser uma forma de passar o tempo com os entes queridos e, em uma clínica de transição de cuidados, isso é possível.
Para os profissionais de saúde, essa ação também é diferente, pois, além do paciente, eles passam a conviver com o ciclo de contatos daquela pessoa em reabilitação. “Na prática, mudar o local de trabalho significa descobrir novas formas de se comunicar e acolher, o que é bom para todas as partes”, destaca Peer.
Disponibilidade de leitos
Além de diminuir os custos hospitalares, transferir o paciente após o momento de maior complexidade para uma clínica de transição de cuidados também reduz outro dado relevante: o número de leitos médicos ocupados. A medida pode ser uma aposta importante perante momentos que há falta de leitos no país. Na pandemia, esse cenário foi amplamente vivenciado.
“Estima-se que até 25% dos leitos hospitalares privados no Brasil estão ocupados por internações de longa permanência, esses pacientes poderiam estar acomodados em unidades de transição, que são formatadas justamente para este público. Portanto, há a necessidade de modelos de atenção a essa condição, proporcionando cuidados de longa duração, processos adaptados às necessidades dos pacientes e seu entorno, prestados por profissionais de saúde com formação diferenciada e estendendo-se à assistência social”, conclui o executivo.
Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 3087-3800 ou via e-mail