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20 / maio / 2025

Cada Pequena Conquista Conta: O Valor do Cotidiano na Reabilitação

A reabilitação é um processo que se constrói no detalhe, na delicadeza de cada pequeno gesto resgatado. Ao contrário do que muitos imaginam, não são apenas os grandes avanços que definem o progresso de alguém em reabilitação. Na prática diária de um hospital de transição de cuidados, é possível observar que levantar da cama sem ajuda, dar os primeiros passos com firmeza, levar a colher à boca, voltar a pentear os próprios cabelos… todos esses gestos simples carregam uma grandeza imensurável para quem está recomeçando.

A importância de reconhecer o valor das conquistas silenciosas

Frequentemente, o que emociona e impulsiona não é a chegada ao destino, mas o caminho percorrido com persistência. Nos corredores de um hospital de transição de cuidados, não são raras as cenas em que um paciente segura um talher novamente após semanas de tentativas, ou reencontra o próprio nome escrito com letras trêmulas, mas firmes de vontade. Para quem observa de fora, esses momentos podem passar despercebidos. Para quem vive o ciclo, são conquistas imensas.

Segundo Dr. Luca Adan, Fisiatra da YUNA, a reabilitação acontece entre corpo e mente, onde cada avanço é resultado de esforço concentrado, repetição e incentivo. É nesse ambiente que o cuidado se mostra em sua forma mais sensível, respeitando o tempo de cada um e oferecendo apoio constante. “O papel da equipe multidisciplinar nesse percurso é justamente reconhecer e valorizar essas pequenas vitórias, compreendendo que é nelas que reside o verdadeiro sentido do progresso”, destaca.

Atividades da Vida Diária: mais do que tarefas, são expressões de autonomia

“No campo da reabilitação, chamamos de Atividades da Vida Diária (ADV) todas aquelas ações que fazem parte da rotina de qualquer pessoa, como tomar banho, vestir-se, alimentar-se, escovar os dentes, escrever, cozinhar”, explica o especialista. São tarefas que, no dia a dia comum, realizamos de forma quase automática, sem perceber o quanto dependem da integração entre músculos, articulações, percepção, raciocínio e vontade.

Segundo Michelle Mantovanelli, Coordenadora da Equipe Multidisciplinar da YUNA, quando um paciente perde a capacidade de executar essas ações, por consequência de um trauma, acidente ou doença degenerativa, não é apenas a função física que se perde, mas também parte de sua identidade. “Recuperar a habilidade de escovar os cabelos ou de cortar o próprio alimento representa muito mais do que uma função recuperada, pois é a retomada de um gesto que simboliza presença no mundo e independência”, diz.

Reabilitar é devolver escolhas, e não apenas movimentos

Autonomia não é apenas fazer sozinho. É poder escolher fazer ou não, com segurança e com consciência. A reabilitação precisa ser um processo que respeite as preferências do paciente, que o escute em seus anseios e desejos, que compreenda seus limites não como barreiras, mas como pontos de partida.

Devolver a autonomia não significa acelerar processos ou exigir independência precoce. Pelo contrário. É construir, junto com o paciente, caminhos possíveis para que ele possa, dentro da sua condição atual, encontrar formas próprias de se cuidar, de se expressar, de viver. Isso exige não apenas protocolos clínicos bem definidos, mas sensibilidade e escuta ativa.

“Ao respeitar o ritmo de cada indivíduo e ao oferecer suporte para que ele encontre alternativas viáveis para as suas limitações, a equipe assistencial contribui diretamente para o fortalecimento da autoestima e da confiança, os aspectos fundamentais para a continuidade do processo de reabilitação”, explica Mantovanelli.

O envolvimento da família como parte essencial da reabilitação

As famílias também passam por um processo de adaptação e aprendizado. Muitas vezes, são elas que vão sustentar emocionalmente o paciente em casa, ajudando na prática das atividades aprendidas durante a internação ou acompanhamento ambulatorial.

Por isso, envolver familiares nas etapas da reabilitação, ensinando técnicas, promovendo rodas de conversa e acolhendo suas inseguranças, é uma extensão do cuidado. Quando os familiares compreendem que cada gesto valorizado é uma ponte para a autonomia do seu ente querido, tornam-se parceiros indispensáveis nesse caminho.

O cuidado contínuo e a escuta como base do progresso

A travessia de reabilitação exige constância e paciência. É uma jornada que não se faz em linha reta. Alguns dias serão mais leves, outros mais difíceis. “Mais do que conduzir exercícios ou aplicar protocolos, reabilitar é acompanhar com presença. É estar ali quando o paciente se frustra, e também quando comemora o simples ato de abrir uma garrafa de água. Esse cuidado contínuo é o que fortalece vínculos e sustenta a jornada mesmo nos dias em que tudo parece estagnado”, conta Dr. Luca.

O papel da tecnologia no cuidado humanizado: a experiência com o Colibri

O uso da tecnologia na reabilitação não precisa significar distanciamento ou impessoalidade. Pelo contrário. Quando integrada de forma sensível e adequada à rotina do paciente, a tecnologia pode ser uma grande aliada na devolução da autonomia.

É o que se observa com o Colibri, um dispositivo que permite a interação com telas eletrônicas sem o uso das mãos. Para pacientes com mobilidade reduzida, essa inovação abre portas para a comunicação, o aprendizado, o entretenimento e até mesmo o controle de dispositivos domésticos, oferecendo liberdade e voz mesmo em situações de limitação severa. Mais do que uma ferramenta, o Colibri representa um convite à vida ativa, ao engajamento e ao reencontro com a própria capacidade de escolha.

A YUNA utiliza o Colibri como uma ferramenta essencial para promover a autonomia de seus pacientes, minimizando barreiras impostas pelas deficiências físicas e ampliando as possibilidades de participação do indivíduo na sociedade.

Cada recomeço é único e deve ser respeitado como tal

Na reabilitação, não há pressa. Há tempo. Tempo de tentar, de errar, de tentar de novo. E quando se entende que cada avanço é, na verdade, um passo gigantesco para quem o realiza, todo o cuidado muda de lugar: é sobre propósitos e pessoas.

O compromisso de um hospital de transição de cuidados está em acompanhar cada uma dessas histórias com gentileza, acolhimento e atenção, reconhecendo que, no fim das contas, o que realmente transforma a jornada são as somas de pequenas vitórias diárias, aquelas que resgatam o que há de mais humano em nós: a vontade de continuar.

YUNA – cada vida é única.

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