Dia Nacional de Combate ao Câncer: coragem que floresce no cuidado
Data, sentido e compromisso: por que falar agora?
Em novembro, o cuidado ganha um olhar mais atento. Falar sobre o câncer é falar sobre vida, sobre a importância do diagnóstico precoce e da presença constante de quem acompanha cada passo do cuidado. É nesse diálogo entre ciência e afeto que a coragem se transforma em caminho. O Dia Nacional de Combate ao Câncer, instituído pelo Ministério da Saúde, em 27 de novembro de 1988, lembra mais do que uma data no calendário: reafirma a importância da detecção precoce, do apoio emocional e da rede de cuidado que ampara pacientes e famílias no Brasil.
Incidência no Brasil: onde precisamos olhar com mais atenção?
Entre 2023 e 2025, o Brasil registrou estimativa média de 704 mil casos novos de câncer por ano, segundo a Revista Brasileira de Cancerologia. Excluindo pele não melanoma, os tipos mais incidentes incluem mama feminina, próstata, cólon e reto e pulmão; grupo que concentra grande parte da carga da doença e direciona nossas estratégias de prevenção, diagnóstico e acompanhamento. Esses números trazem um mapa claro de prioridades para serviços, gestores e famílias.
Detecção precoce: o que as diretrizes nacionais orientam?
Detectar cedo salva vidas e reduz tratamentos mais agressivos. No Brasil, o INCA (Instituto Nacional de Câncer) consolidou recomendações baseadas em evidências para rastreamento e diagnóstico oportuno. Para câncer de mama, a diretriz nacional atualizada em 2025 recomenda mamografia uma vez a cada dois anos para mulheres de 50 a 74 anos, alinhada à IARC/OMS (International Agency for Research on Cancer / Organização Mundial da Saúde) e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde); fora dessa faixa, a avaliação é individualizada.
Para o câncer colorretal, o eixo é o reconhecimento de sinais e sintomas com investigação oportuna e, em cenários organizados, o uso de testes e colonoscopia conforme risco. Para a próstata, a ênfase é na decisão compartilhada, considerando benefícios e riscos; não se indica rastreamento populacional indiscriminado. Para pulmão, não há rastreamento universal; a avaliação se concentra em grupos de alto risco, com abordagem clínica criteriosa. O essencial, em todos os casos, é garantir acesso a serviços resolutivos e linhas de cuidado integradas.
Prevenção e tratamento dos principais tipos de câncer
A prevenção é o primeiro cuidado. Pequenos hábitos cotidianos, associados ao acompanhamento médico e aos exames de rastreamento, fazem diferença no desfecho de milhares de vidas.
Câncer de Mama
O câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres brasileiras, segundo o INCA. A boa notícia é que ele tem alta taxa de cura quando identificado precocemente.
Prevenção:
- Manter uma rotina de atividade física e alimentação equilibrada.
- Evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo.
- Realizar mamografia a cada dois anos entre 50 e 74 anos, conforme as diretrizes nacionais.
- Observar alterações na mama e buscar avaliação médica diante de qualquer sinal incomum.
Câncer de Próstata
É o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, de acordo com o INCA. Embora o envelhecimento seja o principal fator de risco, o estilo de vida também influencia.
Prevenção:
- Alimentação rica em frutas, verduras e legumes, com menos gordura saturada.
- Evitar tabagismo e excesso de carne vermelha.
- Conversar com o médico sobre a necessidade de exames como PSA e toque retal, principalmente após os 50 anos (ou 45, em casos de histórico familiar).
Câncer de Cólon e Reto
Entre os tumores do aparelho digestivo, é o mais frequente. Apesar disso, é altamente prevenível quando diagnosticado precocemente, segundo o INCA.
Prevenção:
- Dieta rica em fibras e pobre em alimentos ultraprocessados.
- Evitar o consumo excessivo de carne vermelha e embutidos.
- Praticar exercícios físicos e manter o peso adequado.
- Fazer exames de rastreamento (sangue oculto nas fezes e colonoscopia entre 50 e 75 anos).
Câncer de Pulmão
Ainda é o tipo mais letal no mundo, mas o avanço terapêutico tem trazido novas perspectivas, de acordo com o INCA e o site Oncologia Brasil.
Prevenção:
- Evitar o tabagismo ativo e passivo — responsável por até 85% dos casos.
- Proteger-se de poluentes ambientais e exposição ocupacional a substâncias químicas.
- Buscar acompanhamento médico em caso de tosse persistente, dor torácica ou falta de ar sem causa aparente.
Cuidar também é sustentar vínculos: apoio emocional e rede de cuidado
Tratamento oncológico não se resume a protocolos. A jornada envolve dúvidas, receios e mudanças na rotina familiar. Serviços que integram psicologia, nutrição, fisioterapia, enfermagem e medicina criam um contorno de segurança para que o paciente compreenda etapas, participe das decisões e conserve autonomia. O apoio emocional, estruturado e contínuo, reduz sintomas de ansiedade favorece a adesão terapêutica e reorganiza a vida prática durante a terapia e a convalescença, especialmente quando há deslocamentos entre níveis de atenção.
YUNA: acolher o cuidado com leveza, método e dignidade
Na transição entre hospital e casa, muitas dúvidas surgem: manejo de dor, cuidados com feridas, deglutição, mobilidade, ajustes de medicação e rotina familiar. A YUNA atua exatamente nesse intervalo, oferecendo acompanhamento multidisciplinar, protocolos baseados em evidências e um ambiente preparado para reabilitar com segurança, respeitando tempos e histórias. Para pacientes em cuidado oncológico e seus familiares, isso significa acolhimento contínuo, educação em saúde, organização de retornos e vigilância de sinais que precisam de atenção, evitando reinternações e retrocessos. É um trabalho que soma técnica e delicadeza, para que a coragem possa florescer não apenas no início do tratamento, mas também no retorno à vida cotidiana.