Dor biopsicossocial: como lidar com a perda?
A perda envolve aspectos físicos, emocionais e até sociais. Falar sobre isso é difícil, mas extremamente necessário. Entenda por quê.
Em diversas culturas ao redor do mundo, existem dias dedicados a honrar e lembrar aqueles que já partiram. No Brasil, o Dia de Finados, celebrado no dia 2 de novembro, é uma data de respeito profundo e memória, onde famílias visitam cemitérios, decoram túmulos com flores e acendem velas para aqueles que se foram. Esta tradição reflete um momento de reflexão sobre a perda e a continuidade da vida.
No México, esta data ganha uma expressão vibrante e colorida com o famoso Dia dos Mortos. Durante os dias 1 e 2 de novembro, as cidades se enchem de festividades que incluem altares elaborados, paradas com fantasias elaboradas e ofendas que podem incluir pratos favoritos dos falecidos. Esta celebração é tão significativa que foi reconhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Patrimônio Cultural.
Em outras partes do mundo, as celebrações variam amplamente, refletindo as opiniões e práticas culturais locais. Nos Estados Unidos, o Memorial Day, embora inicialmente planejado para homenagear os soldados caídos, também se tornou uma ocasião para lembrar os entes queridos. Na Europa, países como a Polônia e a Itália observam o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados com missões e visitas aos cemitérios, reforçando o vínculo entre os vivos e os mortos.
Esses dados não apenas prometem um espaço para o luto, mas também permitem a celebração da vida e das memórias compartilhadas, dos legados daqueles que se foram. No entanto, a dor da perda é uma experiência universal, mas seus efeitos variam de pessoa para pessoa. Compreender a dor biopsicossocial – um conceito que abrange o impacto da perda no corpo, na mente e nas relações sociais – pode ser o primeiro passo para enfrentar esse momento de maneira saudável. Neste artigo, você vai conferir sobre o tema com as especialistas Júlia Araujo, assistente social, Alyssandra Monteiro, psicóloga.
O que é Dor Biopsicossocial?
A dor biopsicossocial vai além do sofrimento físico; ela representa uma interação entre o corpo (bio), a mente (psico) e o meio social (social). Segundo Alyssandra Monteiro, psicóloga da YUNA, “a dor da perda não se limita à tristeza; ela pode se manifestar como cansaço físico, isolamento social e até mesmo um sentimento de desconexão com a própria identidade.” Esse conceito ajuda a entender como o impacto de uma perda pode variar em várias dimensões da vida.
Como a Perda Afeta à Saúde Biopsicossocial?
A perda pode desencadear uma resposta em cadeia que afeta o bem-estar do ser humano. De acordo com Júlia Araujo, assistente social da YUNA, “as pessoas tendem a enfrentar a perda de forma isolada, o que pode agravar sentimentos de solidão e desamparo, além de deficiências o apoio social necessário para a recuperação.” A especialista da YUNA ainda enfatiza que o dor biopsicossocial pode se manifestar de várias maneiras:
- Fisicamente: através de sintomas como fadiga, dores no corpo e insônia.
- Psicologicamente: com emoções intensas de tristeza, raiva, culpa e ansiedade.
- Socialmente: a perda pode afastar a pessoa de amigos e familiares ou até afetar o desempenho no trabalho, alterando suas relações interpessoais.
Estratégias para lidar com a dor biopsicossocial
Enfrentar a dor biopsicossocial requer uma abordagem integrada e cuidadosa. As especialistas reuniram algumas estratégias que podem ajudar nesse processo:
- Práticas de autocuidado:
A psicóloga Alyssandra Monteiro sugere incluir atividades de autocuidado no dia a dia, como “exercícios leves, uma alimentação equilibrada e momentos de descanso”. O autocuidado físico e mental fortalece o corpo e a mente para lidar com a dor de forma mais resiliente
- Suporte Social:
A assistente social Júlia Araujo destaca a importância de procurar apoio em amigos e familiares: “Conversar com pessoas de confiança pode aliviar a sensação de isolamento e proporcionar consolo em momentos difíceis.” O suporte social é fundamental para que você se sinta reunido e compreendido.
- Processamento Emocional:
A especialista enfatiza a importância de permitir-se sentir as emoções. Ela explica que “não há um caminho único para processar a dor, mas é essencial encontrar formas de expressá-la, seja por meio da fala, da escrita ou de outras formas criativas.” Enfrentar as emoções, em vez de reprimi-las, ajuda a construir resiliência.
- Equilíbrio entre Isolamento e Interação:
Lidar com a perda exige um equilíbrio entre momentos de introspecção e interação social. “Estar sozinho é natural, mas é importante não se fechar totalmente para o mundo”, observa Alyssandra Monteiro. Esse equilíbrio pode ser alcançado respeitando os momentos de necessidade de solidão, mas mantendo uma rede de apoio.
Quando Procurar Ajuda Profissional?
Reconhecer a necessidade de apoio profissional é essencial quando o dor biopsicossocial começa a variar severamente na vida cotidiana. A assistente social Júlia Araujo reforça que “buscar ajuda de um psicoterapeuta ou de um grupo de apoio pode fornecer o suporte necessário para reconstruir a vida”. A dor extrema, especialmente quando se manifestam sentimentos de desesperança, perda de apetite, distúrbios de sono ou isolamento extremo, é um sinal de que a ajuda de um profissional pode ser fundamental.
Compreender e respeitar os efeitos da perda no organismo é preciso
A dor biopsicossocial em situações de perda é uma realidade complexa e multifacetada. Compreender e respeitar os efeitos da perda no corpo, na mente e no meio de ajuda social pode ser um caminho saudável para a recuperação. Integrando práticas de autocuidado, suporte social e processamento emocional, e sabendo quando procurar ajuda profissional, é possível enfrentar um dor de forma mais resiliente e significativa.
Lidar com a perda é uma jornada pessoal, mas com estratégias de apoio, essa jornada pode se tornar mais leve e significativa.
Sobre a YUNA
A YUNA, especializada em transição de cuidados, oferece suporte completo para pacientes de reabilitação, cuidados paliativos e continuados, atendimento individualizado e assistência transdisciplinar. Mais informações no telefone (11) 3087-3800 ou no site https://yuna.com.br/.
