Setembro Amarelo: uma Mobilização Mundial para a Prevenção ao Suicídio
Durante todo o mês de setembro, o mundo se move para aumentar a conscientização sobre a prevenção do suicídio e lembrar daqueles que se foram cedo demais. Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas.
Promovida pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa iniciativa busca criar um fórum eficaz por meio da colaboração entre parceiros globais e promover ações baseadas em evidências para reduzir as taxas de suicídio.
Afinal, a questão é uma preocupação global que afeta a todos, independentemente de onde vivam. Eis algumas estatísticas globais:
- Mais de 700.000 vidas são perdidas anualmente devido ao suicídio;
- Mais de uma em cada 100 mortes é causada dessa maneira;
- O suicídio é a quarta principal causa de morte entre indivíduos de 15 a 29 anos;
- A taxa global de suicídio é duas vezes maior entre os homens do que entre as mulheres;
- O Brasil está entre os países com taxas preocupantes.
No país, inclusive, muitos enfrentam desafios como violência, abuso, perda, desastres naturais, discriminação, isolamento e outros, que podem levar a distúrbios de saúde mental e, consequentemente, ao suicídio.
Nos últimos anos, o cenário da saúde mental tem se tornado cada vez mais alarmante, tanto no mundo quanto no Brasil. O número de mortes relacionadas ao tema aumentou globalmente em 20.000 nos últimos 30 anos.
Quem Pode Ajudar?
Para combater esse fenômeno, o Brasil tem investido em políticas de saúde mental e campanhas de conscientização. O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente aqueles que precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, chat, e-mail e pessoalmente.
Se você conhece alguém que está passando por uma crise emocional, aqui estão algumas formas de ajudar:
- Pergunte abertamente sobre seus pensamentos suicidas;
- Esteja fisicamente presente ou disponível para conversar;
- Mantenha a pessoa em um ambiente seguro;
- Ajude-a a se conectar com profissionais de saúde mental ou com o CVV;
- Mantenha o contato para saber como ela está se sentindo após a intervenção inicial.
O Que não se Deve Fazer?
Ao abordar esse assunto delicado e sério é crucial utilizar uma comunicação cuidadosa e compassiva. Aqui estão algumas orientações sobre o que não fazer:
- Evite Julgamentos e Condenações: Frases como “Isso é covardia” ou “É loucura” apenas aumentam o estigma e podem piorar a situação emocional da pessoa em questão;
- Evite Banalizar a Dor Alheia: Comentários como “É por isso que quer morrer? Já passei por coisas bem piores e não me matei” deslegitimam os sentimentos da pessoa e podem aumentar seu isolamento emocional;
- Evite Opiniões Preconceituosas: Dizer coisas como “Você quer chamar a atenção” ou “Te falta Deus” pode agravar ainda mais os sentimentos de desespero e desamparo;
- Evite Dar Sermões Comparativos: Afirmar que há pessoas com problemas mais sérios e que a pessoa deve “seguir em frente” ignora a subjetividade da dor e pode contribuir para a sensação de inadequação ou inutilidade;
- Evite Frases de Incentivo Genéricas e Vazias: Embora bem-intencionadas, frases como “Levanta a cabeça” ou “Pense positivo” podem não ser úteis em uma situação de crise e podem até parecer insensíveis.
Em vez disso, opte por uma abordagem mais empática e acolhedora. Ofereça um espaço seguro para a pessoa falar, escute ativamente, e, se possível, oriente-a a buscar ajuda profissional. Reconhecer a dor do outro sem julgamento é um passo vital na prevenção do suicídio.
O que Dificulta a Identificação e o Combate Precoce ao Suicídio?
O suicídio, ao longo de gerações, foi envolto em camadas de preconceitos culturais, morais e religiosos, sendo muitas vezes categorizado como o “maior dos pecados”. Neste legado histórico ainda perpetua um silêncio, tornando o tema quase um tabu na sociedade. O estigma, aliado à relutância em procurar assistência e à falta de treinamento adequado por parte dos profissionais de saúde, cria obstáculos significativos para uma prevenção eficaz.
A luta contra o suicídio vai além das paredes dos hospitais e consultórios, é uma missão coletiva que envolve toda a sociedade. A abordagem preventiva deve ser holística, considerando a complexa rede de fatores que envolvem o ser humano, desde elementos biológicos e psicológicos até contextos políticos, históricos, familiares, genéticos, sociais e culturais.
Se você ou um ente querido enfrenta problemas com controle emocional ou crises frequentes, não hesite em procurar orientação médica. O objetivo é permitir que você tenha uma vida mais equilibrada, saudável e de bem-estar.
Na YUNA, acreditamos que durante o Setembro Amarelo, cada um de nós pode ser um multiplicador dessa campanha vital.
Se você está enfrentando pensamentos suicidas, não hesite em buscar ajuda. O CVV pode ser contatado pelo número 188, gratuitamente, 24 horas por dia.
YUNA – cada vida é única!